PAISAGEM

ORAÇÃO DO DIVINO ESPÍRITO SANTO

OH! JESUS MEU ETERNO PAI DO CÉU, DOCE CORAÇÃO DE JESUS, SOIS O ME REFÚGIO, MEU GUIA, MINHA LUZ QUE ILUMINA TODO MEU CAMINHO, ME PROTEJA, ME AJUDE, ME DÊ ÂNIMO, CORAGEM E MUITA CONFIANÇA. FIQUE SEMPRE COMIGO. DAI-ME UMA PAZ QUE BROTA DO MEU CORAÇÃO. DAI-ME A GRAÇA DE CONSEGUIR FAZER ALGO PARA VOS AGRADAR. DAI-ME FORÇA, A DECISÃO E CORAGEM. ENVIE TEU ESPÍRITO SANTO E TUDO SERÁ CRIADO. NÃO DEIXE TARDAR EM VOS AGRADECER. ILUMINE MINHA MENTE QUE DEVO FAZER. AJUDE QUE EU NÃO ME ESQUEÇA DE VOS AGRADECER. JESUS FIQUE SEMPRE COMIGO. DOCE CORAÇÃO DE MARIA, RAINHA DO CÉU E DA TERRA. SEJA NOSSA SALVAÇÃO. AMÉM

Observação: Esta oração foi escrita por minha mãe em seus últimos dias de vida /1993. Saudades!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Interpretação de textos com gabarito - salvando minha coletânea aos colegas

Um domingo, Paulo Mendes Campos (crônica) Diante da Lagoa Rodrigo de Freitas, eu nada tinha a fazer, nem a pensar, nem a sofrer. Era domingo. Reconhecia as coisas, a cor da água, que parece olho baço, a cor da relva, a cor do eucalipto, a cor do firmamento, que era uma cor de líquido azul. Estava sentado com os olhos abertos, num banco de pedra. Se um pardal esvoaçava, virava o rosto para vê-lo e amá-lo melhor. Acompanhava a marcha comercial das formigas. Sorria às crianças que passavam com amas pretas vestidas de branco. Um peixe resvalou à flor da água: do céu baixou um raio de sol e feriu o dorso do animal; o reflexo veio em linha reta até meus olhos, e inventei, então, a teoria dos triângulos: há triângulos radiosos em todos os espaços. Sol, peixe, homem. Pois nunca ninguém está só diante duma coisa, existindo sempre a testemunha que, participando de nosso ovaristo [diálogo entre esposos ou amantes], completa o nosso diálogo. Tudo no mundo é trindade. É bom que um homem, vez por outra deixe o litoral misterioso e grande, querendo contemplar uma lagoa. O mar, este é terrível e resiste à nossa sede com seu sal profundo. Sim, são belas as palavras do mar: hipocampo, sargaço, calmaria. Oceanus. No entanto, uma lagoa, muda e fechada, compreende as nossas pequeninas desventuras, o efêmero que nos fere. Nenhum poeta seria tonto a tal ponto de escrever ao lago uma epopeia, uma saga. Nele podemos esquecer apenas os nossos naufrágios.Do lugar em que estava, o Cristo se erguia de perfil. As montanhas formam um alcantilado que os aviões de São Paulo cruzam com uma elegância moderna. Amo essas montanhas uma a uma, com exceção apenas do Morro do Cantagalo, cujo volume é desagradável e pesado. O domingo se aquietara, quando passou zunindo um automóvel vermelho. O ar continha cubos translúcidos e dentro deles revoavam urubus. São as aves mais feias do céu mas têm um belo voo alçado e tranquilo. Um pequeno barco a vela seguia o caminho invisível do vento. Depois, surgiram outros barcos, todos brancos e silenciosos. Acrescento que nada mais bonito existe do que um barco a vela. E havia também as casas dos pobres do outro lado, construções admiráveis, no ar. O milagre da pobreza é sempre o mais novo e o mais cálido de todos os milagres. Todas as palavras já foram ditas sobre a miséria mas a alma dos ricos é cheia de doenças. O sol foi acabando. Levantei-me do banco e fui embora. Pensando: há domingos que cheiram a claustros brunidos pelo esforço dos noviços. Aquele, entretanto, tinha um perfume de outono. Fonte:http://classico.velhosamigos.com.br/AutoresCelebres/PauloMendesCampos/paulomendescampos.html 1 .Diante da Lagoa Rodrigo de Freitas, o autor se Poe a contemplar a paisagem levado por: a) um domingo quieto e tranquilo. b) uma despreocupação material e mental. c) uma necessidade interior. d) uma curiosidade indivisível. 2. O que fez o autor “descobrir” a cor da água, a cor da relva, a cor do eucalipto, a cor do firmamento, foi: a) a lagoa. b) a necessidade de deixar o litoral. c) ser um dia em que não se trabalha. d) estar de olhos abertos, sentado num banco de pedra. 3. O autor, neste domingo, diante da Lagoa, Rodrigo de Freitas, experimenta: a) tristeza e melancolia. b) entusiasmo e alegria. c) tranquilidade e admiração. d) felicidade completa. 4. Quando o P.M.C. afirma que “o mar, este é terrível e resiste a nossa sede com seu sal profundo...” pretende dizer que: a) o mar é inatingível à curiosidade do homem. b) a água do mar é muito salgada. c) o mar é terrível e nos trai. d) o mar já não o atrai mais, por residir ele numa praia 5. Você deve ter reparado que o autor “estava sentado com os olhos abertos, num banco de pedra” e que ele “se levantou do banco e foi embora”. Podemos deduzir: a) o autor se aborreceu b) o dia já havia transcorrido, passado. c) era noite alta. d) não havia mais gente no local. 6. A presença de um automóvel que passa zunindo e de um pequeno barco a vela que segue o caminho invisível do vento, oferece-nos: a) a presença de elementos indesejáveis à natureza. b) a presença da civilização preocupada. c) simples desvio de atenção, provocado pelo carro. d) uma antítese que marca a oposição entre a cidade agitada e a lagoa tranquila. 7. Os aspectos que predominam na paisagem descrita são: a) a calma, a indolência, o vazio. b) o brilho, a cor, o perfume. c) a felicidade, o som, o barulho. d) a ausência humana,o domingo, a calma. 8. Quando o cronista afirma que “aquele domingo tinha um perfume de outono”, quis sugerir que: a) estávamos no outono. b) o homem descobre a felicidade íntima no silêncio da vida. c) o domingo parecia ambiente de claustro. d) é no outono que a natureza se torna mais conveniente para a contemplação. 9. A expressão que confirma a resposta ao item anterior é: a) “o mar resiste à nossa sede com seu sal profundo”. b) “nada mais bonito existe do que um barco a vela”. c) “o domingo se aquietara”. d) “uma lagoa, muda e fechada, compreende nossas pequeninas desventuras”. 10. A lagoa representa, para o cronista: a) um meio de esquecer as tristezas da vida. b) um elemento que o poeta conta com grande valor e solenidade. c) um ponto de alívio na vida agitada do poeta. d) um elemento de conversão do autor, que procura uma vocação, para ingressar no claustro de um convento. Paulo Mendes Campos, poeta e prosador, nasceu em Belo Horizonte em 1922 e morreu no Rio de Janeiro em 1991. "Pertenceu à geração de cronistas que elevaram o gênero a um nível de excelência" (Affonso Romano de Sant'Anna. GABARITO: Um domingo, Paulo Mendes Campos (crônica): 1B; 2D; 3C; 4A; 5B; 6D; 7B; 8B; 9C; 10A.