PAISAGEM

ORAÇÃO DO DIVINO ESPÍRITO SANTO

OH! JESUS MEU ETERNO PAI DO CÉU, DOCE CORAÇÃO DE JESUS, SOIS O ME REFÚGIO, MEU GUIA, MINHA LUZ QUE ILUMINA TODO MEU CAMINHO, ME PROTEJA, ME AJUDE, ME DÊ ÂNIMO, CORAGEM E MUITA CONFIANÇA. FIQUE SEMPRE COMIGO. DAI-ME UMA PAZ QUE BROTA DO MEU CORAÇÃO. DAI-ME A GRAÇA DE CONSEGUIR FAZER ALGO PARA VOS AGRADAR. DAI-ME FORÇA, A DECISÃO E CORAGEM. ENVIE TEU ESPÍRITO SANTO E TUDO SERÁ CRIADO. NÃO DEIXE TARDAR EM VOS AGRADECER. ILUMINE MINHA MENTE QUE DEVO FAZER. AJUDE QUE EU NÃO ME ESQUEÇA DE VOS AGRADECER. JESUS FIQUE SEMPRE COMIGO. DOCE CORAÇÃO DE MARIA, RAINHA DO CÉU E DA TERRA. SEJA NOSSA SALVAÇÃO. AMÉM

Observação: Esta oração foi escrita por minha mãe em seus últimos dias de vida /1993. Saudades!

quinta-feira, 27 de março de 2014

A Moça Tecelã, de Marina Colasanti

Fonte: http://youtu.be/CNDyqGVrEiI

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_EQfABU93_Mc/Sj2HjJ20_jI/AAAAAAAABFk/hZTB4G4QSXo/s400/a_moca_tecela.jpg

A Moça Tecelã


Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear.

Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor de luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.
Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos de algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.
Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza. Assim, jogando a lançadeira de um lado para o outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.
Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou como seria bom ter um marido ao seu lado.
Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponta dos sapatos, quando bateram à porta.
Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando na sua vida.
Aquela noite, deitada contra o ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade. E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque, descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.
- Uma casa melhor é necessária, -disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.
Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente. – Para que ter casa, se podemos ter palácio? – perguntou. Sem querer resposta, imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.
Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.
Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.
- É para que ninguém saiba do tapete, -- disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu:
- Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!
Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou como seria bom estar sozinha de novo.
Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.
Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e, jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer o seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.
A noite acabava quando o marido, estranhando a cama dura, acordou e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.
Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.

 
COLASANTI, Marina. Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento. 6. ed. Rio de Janeiro: Nórdica, 1982.

A história narra o caso da moça tecelã que usava a tecelagem para sentir-se feliz, mas de tanto tecer com o passar do tempo, ela sente a necessidade de ter um companheiro para não ficar sozinha. Então ela usa a tecelagem para idealizar um perfil do rapaz ideal para si mesmo.
Enfim, a jovem que tecia viveu com seu amor tempos de felicidade até ele descobrir o poder de tecer.
 

quarta-feira, 26 de março de 2014

O texto dissertativo-argumentativo - modelo ENEM


PRIMEIRO PASSO
: entenda bem o tema da redação.

·                     Faça perguntas relacionadas ao assunto.
·                     Faça um “brainstorming”, mas sozinho: coloque seu conhecimento de mundo em ação. 


·                     Pense no problema relacionado a esse tema: toda proposta de redação do ENEM terá um problema que precisa ser solucionado. Pense nesse problema, em suas causas e em sua solução
·                     É interessante responder a perguntas como:
>> Qual é o problema?
>> Por que é um problema?
>> Quais as causas desse problema?
>> Qual a solução para esse problema?
>> Por que essa solução deveria ser colocada em prática?
>> Como essa solução resolveria o problema?

Vamos usar como exemplo uma redação sobre o seguinte tema:
MOBILIDADE URBANA


 >>> Comece fazendo perguntas: 
·                     O que é mobilidade urbana? 
·                     Quando se pensa em mobilidade urbana no Brasil, quais problemas podem ser apontados?
·                     Quais as causas desses problemas? 
·                     Como fazer para resolver esses problemas?
·                     Como essa solução resolveria os problemas?

É nesse momento que se faz o “brainstorming”


>> O que é mobilidade urbana?
Vou colocar alguns tópicos que me ajudarão a formar a ideia completa:
·                     Infraestrutura das cidades 
·                     Meios de transporte
·                     Transporte coletivo
·                     Deslocamento de pessoas

>> Quando se pensa em mobilidade urbana no Brasil, quais problemas podem ser apontados?
A questão da mobilidade urbana no Brasil é um problema. Por quê?
Em tópicos:
·                     Excesso de veículos
·                     Congestionamentos
·                     Transporte coletivo precário
·                     Atrasos
·                     Estresse
·                     Poluição
·                     Acidentes

>> Quais as causas desse problema?
Novamente vou colocar alguns tópicos:
·                     Falta de planejamento urbano
·                     Pouco espaço/incentivo para transporte alternativo, como bicicletas.
·                     Pouco investimento em transporte coletivo eficaz.

>> Como fazer para resolver esse problema?
Vou listar algumas possibilidades:
·                     Investimento em infraestrutura: reestruturação das vias públicas, construção/ampliação de ciclovias.
·                     Incentivo ao transporte alternativo, como bicicletas.
·                     Investimento em transporte coletivo mais eficaz.

>> Como essa solução resolveria o problema?
Transporte coletivo eficaz faz com que o indivíduo possa deixar o carro em casa para se deslocar pela cidade.

Se houver condições estruturais e segurança para o uso de bicicletas, por exemplo, o incentivo a esse meio de transporte alternativo poderá surtir algum efeito. 

OBSERVAÇÃO: Quanto mais criativa a solução, maiores as chances de a redação ser bem avaliada. Dessa forma, é importante pensar em uma proposta inovadora, que não seja óbvia demais. Esse é o desafio!

SEGUNDO PASSO: vamos construir a redação: 

INTRODUÇÃO: (primeiro parágrafo da redação)
  •  Introdução deve ter o seguinte:
      - Apresentação do tema
      - O problema
      - A tese (é o que se pretende defender no texto)

Vejamos o exemplo:

>>> O tema é mobilidade urbana: vou colocar uma definição e explicar por que se trata de um problema.

(veja que já pensei sobre isso quando estava “entendendo o tema”)

  • A tese é o que eu pretendo defender, é o objetivo do meu texto. Como estou fazendo uma redação “modelo ENEM”, vou apontar aqui para a solução do problema.

Atenção:  
Não vou abordar a proposta de intervenção no primeiro parágrafo do texto, mas vou apontá-la como tese, como objetivo da redação. No final do texto vou desenvolver essa proposta e estabelecer uma ligação clara da conclusão com a introdução.
A ideia é a seguinte:
O tema da redação é um problema e meu objetivo é resolvê-lo.
(objetivo da redação = tese = solução para o problema). 
Eu proponho uma solução, desenvolvo o texto explicando por que esse problema precisa ser solucionado e, no final, desenvolvo essa proposta e mostro como ela resolveria o problema.

>>> Voltando à redação sobre mobilidade urbana:

TESE 
  

 E preciso criar condições de o brasileiro deixar o carro em casa para se locomover pela cidade.
  •   Vejamos, então, o primeiro parágrafo inteiro:




  •  Observe que o parágrafo de introdução contém a apresentação do assunto, o problema e a tese.

DESENVOLVIMENTO: (no mínimo dois parágrafos)
·     É importante planejar o desenvolvimento do texto.  Pense na relação entre os argumentos: 
 - A ideia será somar os argumentos?
- A ideia será contrapor argumentos: aspectos negativos e positivos, por exemplo? 
- Os argumentos serão as causas e as consequências do problema?

·         A relação entre os argumentos dependerá do tema. Há aqueles que permitem contraposição de ideias, outros não.

   Vamos aplicar isso ao exemplo:
  • Em relação ao tema “mobilidade urbana”, escolhi somar ideias que defendem minha tese:

TESE 

 E preciso criar condições de o brasileiro deixar o carro em casa para se locomover pela cidade.
  • Para selecionar os argumentos, é possível fazer o seguinte raciocínio:

Eu pretendo defender a tese tal por causa disso (1) e por causa disso (2).
Disso (1) = argumento 1
Disso (2) = argumento 2

  • Faço, então, o seguinte:

Pretendo defender a ideia de que é preciso criar condições de o brasileiro deixar o carro em casa para se locomover pela cidade por causa DISSO (1) e por causa DISSO (2).
DISSO (1) = falta de infraestrutura + excesso de veículos = congestionamentos – atrasos – poluição – problemas de saúde.(argumento 1)
DISSO (2) = falta de transporte coletivo eficaz. (argumento 2)
  • Vamos começar pelo argumento 1: 

ARGUMENTO 1 = falta de infraestrutura + excesso de veículos = congestionamentos – atrasos – poluição – problemas de saúde.
  • Vou fazer um tópico frasal, isto é, uma frase que sintetiza meu argumento:

  • Veja que o foco principal do meu argumento é o excesso de veículos
  • Agora, vou desenvolver o tópico frasal e transformar as ideias em um texto coerente e coeso:


  • Para fechar o parágrafo, vou relacioná-lo à tese, ao que estou defendendo em meu texto:


Observação: você pode optar por expressões como "dessa forma", "nesse sentido", "assim", "portanto" etc para iniciar a frase que irá relacionar a tese ao argumento.
  • Agora vamos desenvolver o argumento 2:

ARGUMENTO 2 = falta de transporte coletivo eficaz.
  • Novamente vou fazer um tópico frasal, isto é, uma frase que sintetiza meu argumento:

  •  Veja que o foco principal desse meu argumento é a ineficiência do transporte coletivo.
  • Agora, vou desenvolver o tópico frasal e transformar as ideias em um texto coerente e coeso:

  • Para fechar o parágrafo, vamos relacioná-lo à tese, ao que estou defendendo em meu texto:


Observação: veja que a expressão "portanto" foi usada no início da frase que relaciona a tese a esse segundo argumento.
  • É importante relacionar meus argumentos. Veja que eu estou somando ideias, por isso devo inserir uma expressão que explicite essa soma. No segundo parágrafo, posso iniciar o argumento com uma expressão como “além disso”:



CONCLUSÃO: (último parágrafo)

·                     Volte ao tema/problema. 
·                     Apresente uma solução para o problema (proposta de intervenção).
·                     Reafirme a tese apresentada na introdução.

Vejamos o exemplo:
  • No último parágrafo eu volto ao problema da mobilidade urbana:


  •  Desenvolvimento da solução para o problema (proposta de intervenção) 

  •    Reafirmação da tese:



Vejamos, agora, a redação completa:
   
Fonte: http://www.gramatiquice.com.br/2013/09/voudeixar-aqui-mais-uma-pequena-dica.html