A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.
Que conhece o que é verdade.
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
fonte: http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/22490/
Texto IIII
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís Vaz de Camões
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