Gralha
azul é o nome dado a uma linda ave que motivou no Paraná, a tradição de
plantadores de pinheiros, enterrando as sementes com a ponta mais fina para
cima e devorando a cabeça, que seria a parte apodrecida. Não deve ser abatida e
é comumente respeitada pelo povo como ave protetora dos pinheirais. Conta a lenda que, uma certa gralha negra, dormia num galho de pinheiro
e foi acordada pelo som dos golpes de um machado. Assustada, voou para as
nuvens, para não presenciar a cena do extermínio do pinheiro. Lá no céu, ouviu
uma voz pedindo para que ela retornasse para os pinheirais, pois assim ela
seria vestida de azul celeste e passaria a plantar pinheiros. A gralha aceitou
então a missão e foi totalmente coberta por penas azuis, exceto ao redor da
cabeça, onde permaneceu o preto dos corvídeos. Retornou então aos pinheirais e
passou a espalhar a semente da araucária, conforme o desejo divino. Esta lenda
na verdade é um fato real. A Gralha-azul tem o hábito de enterrar pinhões. Após
encontrar o local correto, ela pressiona-o a entrar, dando-lhe golpes com o
bico, até a completa introdução. Não contente com isso, ainda coloca algum
material das redondezas como folhas, pedras ou galhos em cima do local
remexido, de forma a camuflar ou disfarçar o feito realizado.
Fonte:
http://www.sohistoria.com.br/lendasemitos/gralha/
A LENDA DA GRALHA AZUL
Era madrugada, o sol não demoraria a
nascer e a gralha ainda estava acomodada no galho amigo onde dormira à
noite, quando ouviu a batida aguda do machado e o gemido surdo do
pinheiro. Lá estava o machadeiro golpeando a árvore para transformá-la
em tábuas. Quantos anos levou a natureza para que o pinheiro atingisse
aquele porte majestoso? E agora, em poucas horas, estaria estendido no
solo, desgalhado e pronto para entrar na serraria do grotão. A gralha
acordou assustada. As pancadas repetidas pareciam repercutir em seu
coração. Num momento de desespero e agonia, partiu em vôo vertical,
subindo cada vez mais. Subiu muito além das nuvens para não ouvir mais
os estertores do pinheiro amigo. Já lá nas alturas, escutou uma voz
cheia de ternura:
- Ainda bem que as aves se revoltam com as dores alheias.
A gralha ainda ouvia os golpes do machado e assim subiu ainda mais, na imensidão. Novamente a mesma voz a ela se dirigiu:
- Ah, bela ave! De hoje em diante,
Eu a vestirei de azul, da cor deste céu e, ao voltar aos pinheirais,
você vai ser minha ajudante, vai plantar os pinheiros. Volte avezinha
bondosa, vai novamente para os pinheirais …O pinheiro é o símbolo da
fraternidade, com seus braços abertos para todos. Ele dá um fruto que
mata a fome no inverno. Ao comer o pinhão, tira-lhe primeiramente a
cabeça, para depois, a bicadas, abrir-lhe a casca. Nunca esquece de,
antes de terminar o seu repasto, enterrar alguns pinhões com a ponta
para cima, já sem cabeça, para que a podridão não destrua o novo
pinheiro que dali nascerá. Assim tu, ave amiga, irá plantar pinheiros e
manter a vida com os pinheiros que vão nascendo. “Do pinheiro nasce a
pinha, da pinha nasce o pinhão… “.
A gralha por uns instantes atingiu as
alturas, parou no vôo e olhou-se. Que surpresa! Onde seus olhos
conseguiam ver o seu próprio corpo, observou que estava toda azul. Um
azul profundo, brilhante, lindo! Somente ao redor da cabeça, onde não
enxergava, continuou preto. Sim preto, porque ela é um corvídeo. Ao ver a
beleza de suas penas da cor do céu, compreendeu o que a voz disse e
voltou feliz para os pinheirais. Tão alegre ficou que seu canto passou a
ser um verdadeiro alarido que mais parece com vozes de crianças
brincando.
A gralha azul voltou. Alegre e feliz
iniciou seu trabalho de ajudante celeste: plantar pinheiros nas matas. E
assim, o pinhão, esta semente que alegra as festas, onde o as pessoas
compartilham a vida, histórias, alegrias, sempre acaba fazendo barulho,
de vozes, de risos… É como um bando de gralhas azuis matracando nos
galhos altaneiros dos pinheirais. E os pinheiros altivos mostra seus
galhos como braços abertos, permanentemente acolhendo a todos que veem
uma bela floresta de araucárias.
Fonte: Adaptado do Texto de Alceu Maynard Araújo
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