Existem vários tipos de cartas, e pessoas diferentes para qual deve mandá-las, cartas de amor, de familiares que moram muito longe, ou se alguém é parabenizado por seu aniversário. A carta ao ser escrita deve ser primeiramente ser bem analisada em termos de língua portuguesa, ou seja, deve-se observar a concordância, a pontuação e a maneira de escrever com inicio, meio e então o fim.
Em uma carta formal é preciso ter cuidado na coerência do tratamento, por exemplo, se começamos a carta no tratamento em terceira pessoa devemos ir até o fim em terceira pessoa: se, si, consigo, o, a, lhe, sua, diga, não digas, etc., seguindo também os pronomes e formas verbais na terceira pessoa.
Atenção aos pronomes de tratamento como Vossa Senhoria, Vossa Excelência, eles devem concordar sempre na terceira pessoa.
Devemos abordar a forma dissertativa quando a proposta de redação no vestibular é uma carta. Portanto, a carta deverá ser baseada em evidências, conceitos e exemplos, que podem assumir caráter narrativo ou descritivo, sempre em 1ª pessoa.
Independente do tema proposto, o aluno deverá defender um ponto de vista, apresentado de forma dissertativa, organizada em tese, argumentação e conclusão.
Lembre-se:
- use os pronomes de tratamento adequados (concordando-os sempre na 3ª pessoa).
- não assine a correspondência, pois redação de vestibular tem caráter sigiloso.
- o destinatário e o vocativo são opcionais.
As cartas de amigo abordam sempre um conteúdo informativo, são informais e geralmente de caráter confessional.
Exemplo:
Rio de Janeiro, 19 de julho de 1908.
Meu caro Veríssimo:
Acabo de receber a sua carta com o seu abraço pelo livro, e venho agradecer-lhe cordialmente. Sabendo que foi sempre sincero comigo, senti-me pago do esforço empregado; muito obrigado meu amigo. O livro é derradeiro, já não estou em idade de folias literárias nem outras. O meu receio é que fizesse a alguém perguntar por que não parara no interior, mas se tal não é a impressão que ele deixa, melhor. Creio que o compreendi bem, segundo o que me diz em um ponto da carta.
Eu vou melhorando, ainda que muito fraco. Saí hoje de manhã e sairei outra vez se não chover. O Mario (de Alencar) tinha-me falado da sua vinda, mas efetivamente era arriscado com tal tempo. Amanhã conto ir à cidade, se o tempo consentir. Adeus, meu bom amigo, recomenda-me a todos os seus, e receba em troca um abraço apertado do velho amigo.
(Machado de Assis)
Foi possível notar no exemplo o tom amigável e fraterno no qual o autor se dirige ao amigo, usando uma linguagem harmoniosa e particular. Modernamente, cartas como estas seriam consideradas “antigas”, não apenas pela abordagem amável, mas também pela afetividade que atualmente é muito incomum.
- Obs.: Nos sites acima você encontrará alguns exemplos de cartas.
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