PAISAGEM

ORAÇÃO DO DIVINO ESPÍRITO SANTO

OH! JESUS MEU ETERNO PAI DO CÉU, DOCE CORAÇÃO DE JESUS, SOIS O ME REFÚGIO, MEU GUIA, MINHA LUZ QUE ILUMINA TODO MEU CAMINHO, ME PROTEJA, ME AJUDE, ME DÊ ÂNIMO, CORAGEM E MUITA CONFIANÇA. FIQUE SEMPRE COMIGO. DAI-ME UMA PAZ QUE BROTA DO MEU CORAÇÃO. DAI-ME A GRAÇA DE CONSEGUIR FAZER ALGO PARA VOS AGRADAR. DAI-ME FORÇA, A DECISÃO E CORAGEM. ENVIE TEU ESPÍRITO SANTO E TUDO SERÁ CRIADO. NÃO DEIXE TARDAR EM VOS AGRADECER. ILUMINE MINHA MENTE QUE DEVO FAZER. AJUDE QUE EU NÃO ME ESQUEÇA DE VOS AGRADECER. JESUS FIQUE SEMPRE COMIGO. DOCE CORAÇÃO DE MARIA, RAINHA DO CÉU E DA TERRA. SEJA NOSSA SALVAÇÃO. AMÉM

Observação: Esta oração foi escrita por minha mãe em seus últimos dias de vida /1993. Saudades!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

APRENDENDO E ENSINANDO ATRAVÉS DAS FÁBULAS

LEITURA DE FÁBULAS LIVRO: “Fábulas Completas ESOPO
Neide Smolka (tradutora) Moderna
SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Antes da leitura


1- Comece o trabalho, perguntando aos alunos de quais fábulas se lembram. Faça um levantamento daquelas que foram citadas pelos alunos.

2- Peça que os alunos recontem algumas das fábulas conhecidas por eles.

3-Faça uma reflexão com os alunos sobre as características do gênero, a partir dos conhecimentos deles. É provável que muitos digam que é uma história de animais que falam e que tem uma moral.

4- Mostre a capa do livro e discuta se reconhecem qual a fábula famosa que ilustra a mesma. É bem provável que os alunos se lembrem de que se trata da fábula “A raposa e as uvas”. Peça para que os alunos recontem a fábula.

5 - Trabalhe com o sumário do livro:
a) Indicando que se trata de 358 fábulas selecionadas. Como o ano tem 365 dias, se algum leitor quiser, é possível ler uma fábula a cada dia do ano. Ficam faltando apenas 7 dias, sem fábula;
b) Lendo alguns títulos do sumário do livro. Procure contemplar aqueles que não trazem animais, como forma de problematizar uma possível informação dos alunos a respeito do gênero textual. A tradutora do livro Neide Smolka esclarece que

“A fábula veio do conto que, por sua vez, existe desde que o homem começou a expressar-se através da fala. A diferença entre eles não é que o conto relata fatos humanos e a fábula, pequenas histórias de animais. Há muitos contos populares que falam de homens e animais, enquanto a fábula, por sua vez, relata fatos acontecidos a deuses, homens, animais e objetos em geral. “

6- Leia trechos da “Introdução” do livro que trata do autor das fábulas, Esopo. Peça ainda que os alunos pesquisem livros de fábulas de outros autores. Marque um dia para que os alunos tragam os livros pesquisados, para lerem em classe. É desejável lembrar das obras de mais dois grandes fabulistas: La Fontaine e Lobato.

Durante a leitura


Selecione uma fábula do livro, indicando o (s) objetivo (s) de leitura, como forma de  ajudar os alunos a focalizarem informações importantes para compreenderem o texto a ser lido.

Vamos exemplificar com “O rato do campo e o rato da cidade” (texto integral no anexo 1). Leia a fábula para seus alunos. Oriente para que, durante sua leitura, prestem atenção nas diferenças alimentares entre as vidas dos dois ratos,  não somente quanto  “ao que comem”, mas “como comem”.

Depois da leitura


1- Peça a alguns alunos que recontem, oralmente ou por escrito, a fábula lida. Sabemos que fazer paráfrase de texto lido é fundamental tanto para se aprender a ler quanto aprender a escrever.

2- A partir do sumário do livro, solicite que os alunos levantem alguns critérios de organização das fábulas. A tradutora do livro esclarece que obedeceu à ordem alfabética das histórias em grego, mas é possível organizarmos as fábulas de outra maneira, a partir dos títulos, usando, por exemplo, alguns critérios, como:
a) Fábulas em que os deuses gregos são personagens: 18,44, 57, 72, 73, 76, 99, 108, 109, 110, 111, 112, 118, 119, 120, 121, 122, 123, 126, 146, 166, 210, 234, 236, 253, 260, 262, 291, 303, 319, 322 ( total: 31 fábulas) ;
b) Fábulas em que animais são personagens. Esta categoria é a mais extensa no livro e pode ser subdividida, por exemplo, pelo número de  vezes que determinado animal compõe os títulos das fábulas:
  • a raposa: 15 fábulas ( 29 a 43);
  • o cão: 13 fábulas ( 175 a 187);
  • o leão/leoa: 20 fábulas ( 194 a 210);
  • o lobo: 17 fábulas ( 215 a 231);
  • o burro: 20 fábulas ( 262 a 281);
  • a águia: 5 fábulas ( 3 a 7);
  • o cavalo: 5 fábulas ( 138 a 142);
  • a rã: 4 fábulas ( 66 a 69);
  • o macaco: 4 fábulas ( 304 a 307);
  • o corvo: 4 fábulas ( 165 a 168);
  • a pulga: 3 fábulas ( 356 a 358).
(Total: 11 5 fábulas)
c) Fabulas cujos personagens principais são determinados profissionais:
  • os viajantes: 8 fábulas ( 254 a 261);
  • o pastor: 8 fábulas ( 311 a 318);
  • os pescadores: 6 fábulas ( 22 a 27);
  • o lavrador: 6 fábulas ( 81 a 86);
  • o caçador/criador de pássaros: 4 fábulas ( 282 a 285).
d) Fábulas com objetos como personagens:  232, 337, 354;
e) Fábulas em que elementos da vegetação são personagens: 101, 143, 152, 252, 323, 324.

OBS.: É possível elaborar uma “Atividade Permanente” que contemple as leituras das fábulas por categoria.

3- Discuta com os alunos como a organização acima auxilia ou não na conceituação do que seja uma fábula (rever o momento “Antes da leitura” em que se discutiu esta questão).
4 – Proponha que os alunos leiam novamente o sumário e façam um levantamento de títulos em que há palavras desconhecidas deles. Peça então que leiam as referidas fábulas cujos títulos são formados com as palavras desconhecidas, discutindo se:
  • é necessário mesmo uma pesquisa das palavras levantadas no dicionário? Discuta quando esta busca pode ser fundamental para a compreensão do título e da fábula em questão;
  • é possível inferir o sentido da palavra, a partir do texto da fábula? Sabemos que muitas vezes, quando lemos, inferimos os sentidos de algumas palavras, a partir de seus contextos, sem necessidade de ir ao dicionário.
5 - Selecione outra versão da mesma fábula lida “O rato do campo e o rato da cidade”  e peça a comparação entre as duas versões. Vamos exemplificar, comparando com a versão de Lobato “ O rato da cidade e o rato do campo”. (texto integral no anexo 2). Atenção que as comparações estão em destaque no quadro a seguir.

Versão de Esopo
Versão de Lobato
1 -“O rato do campo e o rato da cidade”
1 - “O rato da cidade e o rato do campo”
A 1ª diferença está no título que sinaliza quem convida o outro para comer.
2 -A narrativa se inicia com o ratinho do campo convidando o da cidade para comer em sua casa.

2 - A narrativa começa com o ratinho da cidade convidando o da roça para o banquete.
Esta escolha assemelha-se à própria história da humanidade: a vida no campo precedeu a vida na cidade.
O narrador defende a vida no campo e critica a vida na cidade.
3 -No campo, os dois ratos comem cevada e trigo apenas. O rato da cidade considera que isso é comida de formiga.
3 -O rato do campo  come grão de milho.
A escolha alimentar é coerente com o contexto cultural. Cevada e trigo para um fabulista grego (Esopo). Milho para um brasileiro (Lobato).
4 -Não há referência ao ambiente da casa, na versão de Esopo.

4- Na cidade, o rato da roça admirou o luxo do amigo: mesa feita de tapete oriental, salão com quadros, estatuetas e grandes espelhos de moldura dourada.
A descrição da casa do rato da cidade potencializa as diferenças entre as vidas dos dois compadres, como que espelhando as desigualdades sociais no país.
5 - Na cidade, o rato de casa mostrou as coisas boas que comia: legumes, trigo, figos, queijo, mel e frutas.
5 - A comida era: queijo do reino, presunto, pão-de-ló, mãe-benta.
Novamente as diferenças alimentares estão afinadas com o contexto cultural. Legumes, trigo, figos, queijo, mel e frutas na Grécia. Queijo do reino, presunto, pão-de-ló e mãe-benta no Brasil.
6 - O rato do campo ficou admirado com a fartura de alimentos, elogiou bastante o outro e foi se maldizendo por não ter sorte igual.
6 - Não há esta referência na versão de Lobato.
O foco da versa de Esopo é a admiração do rato do campo pela diferença de alimentação. Na versão brasileira,  a admiração refere-se ao ambiente da casa do rato da cidade.
7 - Apesar da fartura, os dois ratos foram interrompidos, por duas vezes e não puderam comer, muito menos saborear a comida.
7 - Começaram a comer, mas foram interrompidos por duas vezes. O rato da cidade, quando ouvia barulho, fugia e deixava o outro sozinho.
Não chegaram nem a comer e foram interrompidos duas vezes.
Começaram a comer, mas o ratinho da cidade mostrou-se um medroso e péssimo anfitrião, pois fugia a cada interrupção.
8 - O rato do campo despediu-se do outro, afirmando que ele come demais, mas com perigo e muito medo. O rato do campo admite ser pobre, mas vive sem medo e sem desconfiar de ninguém.
8 - O rato do campo acha que tudo é muito bom e bonito, mas não lhe serve. Diz ser melhor o sossego da sua toca, roendo grão de milho.
As duas versões têm o mesmo desfecho: o rato do campo vai embora afirmando que sua vida é melhor, por ser mais sossegada. A diferença está na forma de apresentação do discurso direto: na versão de Esopo, ele vem com um verbo do dizer (“disse”) e aspas; na de Lobato, há o uso do travessão.
9 - Há uma moral explícita e comentada, após a narrativa.
9 - Não há moral explícita.
O ensinamento da moral diz respeito à vida simples e pacífica, em contraposição à vida rica, mas com medo.
Tia Nastácia  viveu uma situação semelhante à do rato do campo, quando em “Viagem ao Céu”, ficou na lua cozinhando para São Jorge. Os  rugidos do  dragão do santo assustavam-na, por isto não via a hora de voltar para seu sossego, no sítio. Seu comentário após a fábula faz as vezes da moral.

6- Discuta com os alunos de que maneira a fábula  acima (nas duas versões) relaciona pobreza e tranquilidade; riqueza e sofrimento ou medo.Que visão de mundo essa associação pode revelar? Pergunte aos alunos se eles concordam com essa visão de mundo, justificando suas opiniões. Sabemos que ler é compreender o que está “entre as linhas ou por trás delas” (=inferência e avaliação do que se lê)  e não somente o que “está na linha”(=decodificação do que se lê).

7- Organize a turma em grupos e peça para cada um escolher uma outra fábula. Depois de lerem e compreenderem a mesma, solicite que pesquisem outras versões da fábula lida, para compararem.

8- Marque dias e horários para a apresentação das comparações pelos grupos. Ao final das apresentações, retome com os alunos as características do gênero textual: a função do gênero; a extensão das fábulas; como são elaborados os títulos;  as personagens típicas; como tempo e espaço são apresentados.

Outras leituras
1.Fábulas Fabulosas” artigo de Marcos Bagno, disponível no seguinte endereço: www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/vdt/vdttxt3.htm
2.      Fábula” da coleção “Trabalhando com gêneros do discurso: narrar” de Mônica Teresinha Ottoboni Sucar Fernandes – São Paulo: FTD.
3.      Outras sugestões para a leitura de fábulas:
*        Fábulas de La Fontaine (vol. 1 e 2) – São Paulo: Landy;
*        Fábulas de La Fontaine (Tradução de Ferreira Gullar) – Rio de Janeiro: Revan;
*        Fábulas de La Fontaine, com ilustração de Marc Chagall (Tradução de Mário Laranjeira)- São Paulo: Estação Liberdade, 2004;
*        Fábulas Fabulosas de Millôr Fernandes – Rio de Janeiro: Nórdica;
*        Novas Fábulas Fabulosas de Millôr Fernandes – Rio de Janeiro: Nórdica;
*        100 Fábulas Fabulosas de Millôr Fernandes – Rio de Janeiro: Record.

Fonte: http://cenp.edunet.sp.gov.br/Hora_leitura/Seq%C3%BC%C3%AAncia%20did%C3%A1tica.doc

O rato do campo e o rato da cidade
“Um rato do campo era amigo do rato de casa. O de casa foi convidado, então, pelo amigo para irem comer nos campos. Como comesse apenas cevada e trigo, disse o rato de casa: “Sabe, amigo, tu levas uma vida de formiga. Pois, na verdade, minha vida é repleta de coisas boas. Vem comigo e poderás usufruir de tudo”. Imediatamente os dois partiram. O rato de casa mostrou legumes e trigo e ainda figos, queijo, mel e frutas. O outro, admirado, o elogiava bastante e maldizia sua própria sorte. Quando iam começar a comer, um homem repentinamente abriu a porta. Amedrontados e preocupados com o barulho, precipitaram-se os ratos para as frestas. Quando iam de novo pegar figos secos, outra pessoa apareceu para pegar alguma coisa ali dentro. Ao vê-la, novamente precipitaram-se para dentro de um buraco. E o rato do campo, esquecendo a fome, suspirou e disse ao outro: “Adeus para ti, amigo! Comes demais, aproveitando com satisfação das coisas, mas com perigo e muito medo. Quanto a mim, pobre, aproveitando-me da cevada e do trigo, viverei sem medo, sem desconfiar de ninguém”.
A fábula mostra que mais vale viver com simplicidade e ter uma existência pacífica do que viver na fartura mas com medo de sofrer.
(Fábulas Completas/Esopo: tradução de Neide Smolka. 2ª edição. São Paulo: Moderna, 2004. Coleção Travessias) 

O rato da cidade e o rato do campo
“ Certo ratinho da cidade resolveu banquetear um compadre que morava no mato. E convidou-o para o festim, marcando lugar e hora.
Veio o rato da roça, e logo de entrada muito se admirou do luxo de seu amigo. A mesa era um tapete oriental, e os manjares eram coisa papa-fina: queijo do reino, presunto, pão-de-ló, mãe-benta. Tudo isso dentro dum salão cheio de quadros, estatuetas e grandes espelhos de moldura dourada.
Puseram-se a comer.
No melhor da festa, porém, ouviu-se um rumor na porta. Incontinenti o rato da cidade fugiu para o seu buraco, deixando o convidado de boca aberta.
Não era nada, e o rato fujão logo voltou e prosseguiu no jantar. Mas ressabiado, de orelha em pé, atento aos mínimos rumores da casa.
Daí a pouco, novo barulhinho na porta e nova fugida do ratinho.
O compadre da roça franziu o nariz.
— Sabe do que mais? Vou-me embora. Isto por aqui é muito bom e bonito mas não me serve. Muito melhor roer o meu grão de milho no sossego da minha toca do que me fartar de gulodices caras com o coração aos pinotes. Até logo.
E foi-se.” (LOBATO, Monteiro. Obra Infantil Completa. São Paulo: Brasiliense. s/d. Vol. 3)

Introdução
POR QUE INTRODUZIR VALORES HUMANOS ATRAVÉS DAS FÁBULAS?

“A história é capaz de transformar o abstrato em concreto”

Os valores humanos são uma energia que pulsa em todos os seres humanos. Estão vivos e presentes no pensamento humano a todo momento, determinam o comportamento e orientam a inteligência e a criatividade.
Eles integram o conhecimento, a família, a escola e a vida em sociedade. Vinculam o ensinamento ministrado na escola às circunstância da vida, construindo uma consciência da ética e da estética do bem.
As narrativas oferecem um manancial riquíssimo para aplacar nossa sede de encontrar o ponto de coexistência das tensões positivas e negativas do personalidade.
Segundo Vânia Dohme, em seu livro Técnicas de Contar Historias, algumas indagações podem ser feitas sobre quais valores gostaríamos de passar por meio de um processo educacional, pois são eles que regem a conduta humana.
Quais os valores que me impedem?
O que é importante para mim como educador?
Quais são adequados a uma criança?
Quais deles eu gostaria de poder ajudar a construir?
Muitos são os valores que podem ser trabalhados através das narrativas: amor, caridade, prudência, justiça, honestidade, paciência, respeito, responsabilidade, fortaleza e temperança...
Percebendo que é impossível falar de Educação sem trabalhar valores com alunos através das narrativas, notamos também que a vivência através dessa experiência aumentará bastante a possibilidade de um melhor relacionamento social.
O grande apóstolo Paulo nos exorta a ocupar-nos com tudo o que é verdadeiro, honesto, nobre, justo, santo, puro, amável, honroso, virtuoso e assim o Deus da paz será conosco.
Eis aí o porquê de trabalharmos valores através das narrativas, especificamente fábulas por serem curtas e bastante diretas para um mundo corrido como o nosso e para caminharmos rumo à nossa humanidade e espiritualidade.
Resta-nos mergulhar no mundo das fábulas para retirarmos delas subsídios virtuosos, resgatando valores para que a educação seja realmente a arte de conhecer, cuidar e criar. CONHECENDO UM POUCO MAIS SOBRE AS FÁBULAS
O que é e de onde vem a fábula?
FÁBULA = Pequena narrativa em que se aproveita a ficção alegórica para sugerir uma verdade ou reflexão de ordem moral, com intervenção de pessoa, animais e até entidades inanimadas. (Moderno Dicionário de L. Portuguesa – Michaelis)
Características das Fábulas
A fábula trata de certas atitudes humanas, como a disputa entre fortes e fracos, a esperteza, a ganância, a gratidão, o ser bondoso, o não ser tolo.
Muitas vezes, no finalzinho das fábulas aparece uma frase destacada chamada de MORAL DA HISTÓRIA, com provérbio ou não; outras vezes essa moral está implícita.
Não há necessidade de descrever com muitos detalhes os personagens, pois o que representam nas fábulas (qualidades, defeitos) já é bastante conhecido.
Tempo indeterminado na história.
É breve, pois a história é só um exemplo para o ensinamento ou o conselho que o autor quer transmitir.
Conflito entre querer / poder.
O título não deve antecipar o assunto, pois não sobraria quase nada para contar.
A resolução do problema deve combinar com a sua intenção ao contar a fábula e com a moral da história.
DE ONDE VEM A FÁBULA? A FÁBULA, COMEÇO DE TUDO.
As fábulas são tão antigas quanto as conversas dos homens, às vezes, nem sabemos quem as criou, pois através da oralidade eram carregadas como vento de um lado para outro, já que a própria palavra provém do latim FABULA = contar.
No século VIII a.C. já se tinha notícias dessas histórias, sendo que as fábulas muito antigas do Oriente foram difundidas na Grécia, há 2600 anos, por um escravo chamado Esopo. Apesar de gago, corcunda, feio e miúdo, como diziam alguns, era inteligente, esperto e de muito bom senso; por esse motivo, conquistou a liberdade e viajou por muitas terras dando conselhos através das fábulas.
Esopo foi condenado à morte e jogado do alto de um abismo. O motivo foi a vingança do povo de Delfos, mas as suas 600 fábulas continuaram a ser contadas, escritas e reescritas por outros fabulistas. Fedro é o primeiro escritor latino a compor uma coletânea de fábulas, tendo sido imitado e refundido várias vezes.
O escritor francês Jean de La Fountaine (século XVII – 1601 – 1700) usava fábula para denunciar as misérias e as injustiças de sua época em versos e em prosa.
A partir dessa época, muitas histórias escritas inicialmente para adultos já começaram a ser adaptadas para crianças, retirando delas os elementos violentos e os aspectos nocivos à educação. Mas a fábula moderna preserva todo o vigor que vem apresentando desde os tempos antigos.
No Brasil, temos o grande fabulista, Lobato. Além de recontar as fábulas de Esopo e La Fountaine, cria suas próprias fábulas com a turma do sítio, como mostra o seu livro “Fábulas”, onde Pedrinho diz “As fábulas, mesmo quando não valem grande coisa, têm um mérito: são curtinhas.” Narizinho acha as fábulas sabidíssimas e Emília as considera uma indireta.
O escritor brasileiro usou fábulas para criticar e denunciar as injustiças, tiranias, mostrando às crianças a vida como ela é. Em suas fábulas, alerta que o melhor é esperto (inteligente) porque o forte sempre vence e Visconde afirma que o único meio de derrotar a força é a astúcia.
Até hoje esse gênero narrativo existe e por ser curto, tem o poder de prender a atenção, de entreter e deixar uma mensagem, um ensinamento.
Millôr Fernandes, com seu humor e ironia, cria e recria fábulas refletindo valores e antivalores, satirizando a nossa realidade sócio – política – econômica em seus livros, “Fábulas fabulosas”, “Novas fábulas fabulosas” e “Eros uma vês”.
Outros autores também vêm se dedicando ao gênero, como Carlos Eduardo Novaes, que, em “A história de Cândido Urbano Urubu” retrata a realidade social brasileira; Augusto Monterroso com “A ovelha negra e outras fábulas” e até mesmo Ulisses Tavares com “Fábulas do futuro”. Versões de uma mesma fábula
A Cigarra e as Formigas
No inverno, as formigas estavam fazendo secar o grão molhado, quando uma cigarra faminta lhes pediu algo para comer. As formigas lhe disseram: “Por que, no verão, não reservaste também o teu alimento?” A cigarra respondeu: “Não tinha tempo, pois cantava melodiosamente”. E as formigas, rindo, disseram: “Pois bem, se cantavas no verão, dança agora no inverno.
A fábula mostra que não se deve negligenciar em nenhum trabalho, para evitar tristeza e perigos. Esopo: fábulas completas. Tradução de Neide Smolka. São Paulo, Moderna, 1994
A Cigarra e a Formiga
Tendo a cigarra cantado todo o estio, achou-se em apuros com a entrada do inverno. Não possuía nem um pedacinho de mosca, nem um vermezinho para se alimentar. Desesperada, foi bater à porta da formiga sua vizinha. Pediu que lhe emprestasse algum grão, a fim de poder subsistir até à chegada do tempo melhor.
- Eu pagarei com juros, disse ela, antes de agosto. Palavra de honra.
A formiga não gosta de dar emprestado, nem é prestimosa: é esse o seu defeito.
- Que fazias no tempo de calor? - perguntou-lhe.
- Eu cantava noite e dia a todos que apareciam. - respondeu a cigarra.
- Cantavas no verão? Que bela vida! Pois bem, dança agora.
Muitos são contra a formiga por ter procedido assim. Mas o Sr. La Fountaine certamente explicaria que esse seu defeito é pequeno em face das virtudes, pois é trabalhadeira, diligente e precavida. Já o não foi a cigarra, que nada fez garantir os dias futuros. E lançou mão da mais simples das soluções: pedir emprestado. A lição de La Fountaine consiste em que devemos cuidar do dia de amanhã, e não contar com empréstimo para cobrir o que não produzimos. Que cante a cigarra, mas que trabalhe! Essa é a lição. Fábulas de La Fountaine – Tomo I

A Formiga Boa
- E que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?
A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois de um acesso de tosse.
- Eu cantava, bem sabe...
- Ah!...- exclamou a formiga recordando-se.
- Era você então quem cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?
- Isso mesmo, era eu...
- Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: “que felicidade ter como vizinha tão cantora!” Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.
A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol Monteiro Lobato Fábulas. São Paulo, Melhoramento,1994

A Formiga Má
[...] a formiga era uma usuária sem estranhas. Além disso, invejosa. Como não soubesse cantar, tinha ódio à cigarra por vê-la querida de todos os seres.
- Que fazia você durante o bom tempo?
- Eu... eu cantava!...
- Cantava? Pois dance agora, vagabunda! ¾ e fechou-lhe a porta no nariz: a cigarra ali morreu entanguidinha; e quando voltou a primavera o mundo apresentava um aspecto mais triste. É que faltava na música do mundo o som estridente daquela cigarra morta por causa da avareza da formiga. Mas se a usurária morresse, quem daria pela falta dela?
Os artistas ¾ poetas, pintores, músicos ¾ são as cigarras da humanidade. Monteiro Lobato. Fábulas. São Paulo, Melhoramentos 1994.

A Cigarra e a Formiga
Tendo a cigarra em cantigas
Folgando todo o verão
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza e brio,
Algum grão com que manter-se
Até voltar o acesso estio.
A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta.
No verão em que lidavas?”
À pedinte ela pergunta
Responde a outra “Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora.
- Oh! Bravo! ¾ torna a formiga
- Cantavas? Pois dance agora”
(Bocage)

PERSONAGENS DAS FÁBULAS
A grande maioria da fábulas têm animais como personagens, mas há fábulas em que as comparações são feitas entre seres humanos e objetos ou plantas.
Normalmente, as fábulas terminam com uma LIÇÃO DE MORAL. Sua função social é preservar a MORAL dos povos.
Observe a presença marcante dos animais na Fábula de La Fontaine.

A rã e o boi
Uma rã viu um boi e sentiu inveja de seu
belo porte. Ela , que no total era menor do que um ovo, começou a se esticar e a inchar, matirizando-se para ficar do tamanho do grande animal. E ia perguntando a uma outra rã:
- Olhe bem, minha irmã, e diga: já chegou? Já estou igual ao boi?
- Que nada!
- E agora, consegui?
- De jeito nenhum!
- E agora? Fiquei como ele?
- Nem chegou perto!
E assim o bichinho foi inchando... inchando...até que estourou.
O mundo está cheio de pessoas tão insensatas como a rã: todo burguês planeja construir um palácio, qualquer principezinho tem embaixadores, o marquês que ter pajens como o rei.
O apólogo é composto de duas partes, das quais uma pode chamar-se o corpo, a outra a alma. O corpo é a fábula; a alma, é a moralidade. Aristóteles só admite na fábula os animais; ele excluiu o homem e as plantas. Esta regra é menos de necessidade que de conveniência, porque nem Esopo, nem Fedro, e nenhum dos fabulistas a cumpriu. Quando à moralidade, ao contrário, nenhum deles a dispensou.
Existem fábulas que colocam como personagens, objetos, pessoas e plantas.

Marly Aparecida Garcia Souto, diretora do Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de Araçatuba, professora de Português, . Membro da Academia Araçatubense de Letras..

BIBLIOGRAFIA
· Bodstein, Almir Jorge (1994) As Virtudes cristãs, Academia Araçatubense de Letras SP
· Cardoso, Manoel (1991) Estudos de Literatura Infantil, São Paulo, Editora do Brasil
· Dolme, Vânia (2000) Técnicas de contar histórias, São Paulo, Editora Informal
· Fábulas de Esopo – Ed. Martins fontes – São Paulo 1997
· Fábulas de La Fountaine – Ed. Martins São Paulo 1997
· Fernandes, Mônica Teresinha Ottoboni Sucar (2001) Fábula, São Paulo, FTD
Adaptação de contos (1989), Manuais de Comunicação nº 10, São Paulo, Paulinas
· Francia Alfonso, Oviedo Otila (1998), Educar através das fábulas, Paulus (Portugal)
· Marques, Ramiro (2001) O livro das virtudes de sempre, São Paulo. Ed. Landy
· Martinelli, Marilu (1999) Conversando sobre Educação em Valores Humanos 2ª ed., São Paulo, Editora Fundação Peirópolis.  

Mais leitura

A CIGARRA E A FORMIGA

            A CIGARRA CANTAVA NO VERÃO, ENQUANTO A FORMIGA PASSAVA OS DIAS GUARDANDO COMIDA PARA O INVERNO. QUANDO O INVERNO CHEGOU, A CIGARRA NÃO TINHA O QUE COMER E FOI PROCURAR A VIZINHA FORMIGA.
 - FORMIGA, POR FAVOR, AJUDE-ME. NÃO TENHO O QUE COMER. A FORMIGA PERGUNTOU:
            - QUE É QUE VOCÊ FAZIA NO VERÃO? NÃO GUARDOU NADA?
 - NO VERÃO EU CANTAVA - RESPONDEU A CIGARRA.
             - AH, CANTAVA? POIS AGORA DANCE!
           
 MORAL: DEVE-SE SEMPRE PENSAR NO DIA DE AMANHÃ
ESOPO
 
A CIGARRA E A FORMIGA
            Havia uma jovem cigarra que costumava cantar perto de um formigueiro. Só parava quando estava cansadinha e seu divertimento então era observar as formigas trabalhando para armazenar comida.
             Quando o verão acabou e veio o frio, todos os animais, arrepiados, passavam os dias nas tocas.
            A cigarra, em seu galinho seco, quase morta de frio e fome, decidiu pedir ajuda às formigas e, arrastando uma asa, lá se foi para o formigueiro. Bateu à porta e apareceu uma formiga gorda, embrulhada em um xalinho.
 - Que quer?- perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.
 - Venho em busca de ajuda, o mau tempo não pára e eu...
 A formiga olhou-a a alto e baixo.
- E o que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?
 A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois dum acesso de tosse:
- Bem, eu cantava, sabe...
- Ah!...- exclamou a formiga, recordando-se. – era você então quem cantava, enquanto nós trabalhávamos para armazenar comida?
- Isso mesmo, era eu...
 Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que o seu canto nos proporcionou. Você nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre que era uma felicidade ter como vizinha uma tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui você terá cama e mesa durante todo o mau tempo.
 A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.

 Moral: os artistas (poetas, pintores, músicos) são as cigarras da humanidade.

Monteiro Lobato


A RAPOSA E AS UVAS

 UMA RAPOSA FAMINTA ENTROU NUM TERRENO ONDE HAVIA UMA PARREIRA CARREGADA DE UVAS MADURAS.
            A RAPOSA NÃO PODIA RESISTIR A TENTAÇÃO DE CHUPAR AQUELAS UVAS.
             MAS, POR MAIS QUE PULASSE, NÃO CONSEGUIA PEGÁ-LA.
 DEPOIS, CANSADA DE TANTO PULAR, OLHOU PARA OS CACHOS DE UVA E DISSE:
            - ESTÃO MESMO VERDES!

   MORAL: É FÁCIL DESPREZAR AQUILO QUE NO SE ALCANÇA!

O GALO E A RAPOSA

 No meio dos galhos de uma árvore bem alta um galo estava empoleirado e cantava a todo o volume. Sua voz esganiçada ecoava na floresta. Ouvindo aquele som tão conhecido, uma raposa que estava caçando se aproximou da árvore. Ao ver o galo lá no alto, a raposa começou a imaginar algum jeito de fazer o outro descer. Com a voz mais boazinha do mundo, cumprimentou o galo dizendo:
- Ó meu querido primo, por acaso você ficou sabendo da proclamação de paz e harmonia universal entre todos os tipos de bichos da terra, de água e do ar? Acabou essa história de ficar tentando agarrar os outros para comê-los. Agora vai ser tudo na base do amor e da amizade. Desça para a gente conversar com calma sobre as grandes novidades!
 O galo, que sabia que não dava para acreditar em nada do que a raposa dizia, fingiu que estava vendo uma coisa lá longe. Curiosa, a raposa quis saber o que ele estava olhando com ar tão preocupado.
- Bem – disse o galo – acho que estou vendo uma matilha de cães ali adiante.
- Nesse caso é melhor eu ir embora - disse a raposa.
- O que é isso, prima?- disse o galo. - Por favor, não vá ainda!
 Já estou descendo! Não vá me dizer que está com medo dos cachorros nesses tempos de paz?!
- Não, não é medo - disse a raposa-, mas... e se eles ainda não estiverem sabendo da proclamação?

Moral: cuidado com as amizades muito repentinas
 (Fábulas de Esopo. Trad. Heloisa Jahn. São Paulo, Companhia das Letrinhas, 199. p. 22.)
A Galinha e os Ovos de Ouro, de Esopo Esopo
Um camponês e sua esposa possuíam uma galinha, que todo dia, sem falta, botava um ovo de ouro.
Supondo que dentro dela deveria haver uma grande quantidade de ouro, eles então a sacrificam, para enfim pegar tudo de uma só vez.
Então, para surpresa dos dois, viram que a ave, em nada era diferente das outras galinhas.
Assim, o casal de tolos, desejando enriquecer de uma só vez, acabam por perder o ganho diário que já tinham assegurado.


Moral da História:
Quem tudo quer, tudo perde.

1.    Os donos da Galinha eram pessoas ricas e poderosas?
2.    Que tipo de benefício proporcionava a Galinha todos os dias para seus donos?
3.    Por que aquelas pessoas resolveram sacrificar a Galinha? Elas lucraram com isso?
4.    Você é capaz de dizer qual o sentimento que serviu de motivação para que sacrificassem o animal?
5.    Você seria capaz de descrever, com suas palavras, o significado da Moral da Fábula?



A cigarra e as formigas
 
Num belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar suas reservas de trigo. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado completamente molhados. De repente aparece uma cigarra:
- Por favor, formiguinhas, me dêem um pouco de trigo! Estou com uma fome danada, acho que vou morrer.
As formigas pararam de trabalhar, coisa que era contra os princípios delas, e perguntaram:
- Mas por quê? O que você fez durante o verão? Por acaso não se lembrou de guardar comida para o inverno?
- Para falar a verdade, não tive tempo – respondeu a cigarra. – Passei o verão cantando!
- Bom... Se você passou o verão cantando, que tal passar o inverno dançando? – disseram as formigas, e voltaram para o trabalho dando risada.
Moral: Os preguiçosos colhem o que merecem.


Sugestões de leitura:

http://www.contandohistoria.com/fabulas.htm