- Nasceu em Tavira, em 15 de Outubro de 1890.
- Fez o Liceu em Portugal e o curso de engenharia na Escócia.
- Engenheiro naval (por Glasgow), vive em Lisboa.
- Viajou pelo Oriente (de onde resultou o Opiário).
- Alto, magro e com tendência a curvar-se.
- Nasceu no Porto, em 19 de Setembro de 1887.
- Educado num colégio jesuíta (latinista por educação alheia e semi-helenista por educação própria).
- Formou-se em Medicina.
- Por ser monárquico, partiu para o Brasil em 1919.
- Era moreno, mais baixo e mais forte que Caeiro.
- Nasceu em Lisboa, em 16 de Abril de 1889.
- Viveu quase toda a vida no campo.
- Órfão de pai e mãe desde muito cedo, viveu de pequenos rendimentos, com uma tia-avó.
- Não teve profissão nem educação literária para além da 4ª classe.
- De estatura média, era louro e tinha os olhos azuis.
- Nasceu em Lisboa, em 13 de Junho de 1888.
- Foi, em 1896, com a mãe para Durban, África do Sul e fez lá os seus estudos primários e secundários.
- Regressou a Portugal em 1905 e ingressa no Curso Superior de Letras, do qual desiste mais tarde.
- Morre em 30 de Novembro de 1935 com uma cirrose hepática.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo:
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira a entreter a razão,
Esse comboio de corda
que se chama o coração.
Fernando Pessoa
Para ser grande, sê inteiro
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
Ricardo Reis
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas).
Álvaro de Campos
Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela
Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.
Tenho uma grande distracção animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero.
Quero só
Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.
Alberto Caeiro
Seu blog está maravilhoso!!!!
ResponderExcluirMinha monografia de letras foi A Gênese dos Heterônimos de Fernando Pessoa, adorei ver isso aqui...Como sempre tudo muito bem feito e pensado...Parabéns
ResponderExcluirOlá Astride!
ResponderExcluirObrigada amiga! Elogios dão ânimo e autoestima. Vale a pena continuar... Quero conhecer sua monografia.
Beijos!