PAISAGEM

ORAÇÃO DO DIVINO ESPÍRITO SANTO

OH! JESUS MEU ETERNO PAI DO CÉU, DOCE CORAÇÃO DE JESUS, SOIS O ME REFÚGIO, MEU GUIA, MINHA LUZ QUE ILUMINA TODO MEU CAMINHO, ME PROTEJA, ME AJUDE, ME DÊ ÂNIMO, CORAGEM E MUITA CONFIANÇA. FIQUE SEMPRE COMIGO. DAI-ME UMA PAZ QUE BROTA DO MEU CORAÇÃO. DAI-ME A GRAÇA DE CONSEGUIR FAZER ALGO PARA VOS AGRADAR. DAI-ME FORÇA, A DECISÃO E CORAGEM. ENVIE TEU ESPÍRITO SANTO E TUDO SERÁ CRIADO. NÃO DEIXE TARDAR EM VOS AGRADECER. ILUMINE MINHA MENTE QUE DEVO FAZER. AJUDE QUE EU NÃO ME ESQUEÇA DE VOS AGRADECER. JESUS FIQUE SEMPRE COMIGO. DOCE CORAÇÃO DE MARIA, RAINHA DO CÉU E DA TERRA. SEJA NOSSA SALVAÇÃO. AMÉM

Observação: Esta oração foi escrita por minha mãe em seus últimos dias de vida /1993. Saudades!

sábado, 16 de junho de 2012

Dois Irmãos, de Milton Hatoum





Onze anos depois da publicação de Relato de um certo Oriente, Milton Hatoum retoma os temas do drama familiar e da casa que se desfaz. O enredo desta vez tem como centro a história de dois irmãos gêmeos — Yaqub e Omar — e suas relações com a mãe, o pai e a irmã. Moram na mesma casa Domingas, empregada da família, e seu filho, um menino cuja infância é moldada justamente por esta condição: ser o filho da empregada.
Dois irmãos é a história de como se constroem as relações de identidade e diferença nessa casa. Mas o lugar da família se estende ao espaço de Manaus, o porto à margem do rio Negro: a cidade e o rio, metáforas das ruínas e da passagem do tempo, acompanham o andamento do drama familiar.
O narrador busca a identidade de seu pai entre os homens da casa, entre os restos de outras histórias. Tenta reconstruir os cacos do passado, ora como testemunha, ora como quem ouviu e guardou, mudo, as histórias dos outros. Do seu canto, ele vê personagens que se entregam ao incesto, à vingança, à paixão desmesurada. Num jogo de inventar a memória, tenta transformá-la em ponto de convergência do passado. Sua fala nos mostra Halim, o pai, sempre à espera da decisão mais acertada diante dos abismos familiares: a desmedida dedicação de sua mulher ao filho preferido, Omar; o trauma de Yaqub, o filho que, adolescente, foi levado a se separar da família; a relação amorosa entre Rânia e seus irmãos. De Domingas, o que ele nos diz é que esta é uma mulher que não fez escolhas.
Em Dois irmãos os conflitos são alimentados pela rede de interditos no interior da família, e somente quando se passaram mais de trinta anos, quando quase todos já estão mortos, é que o narrador parece motivado a olhar para eles. Mas o relato que escreve — se é corroído pela dúvida e se dá todos os sinais de empenho em descobrir uma verdade qualquer — não parece amenizar o silêncio que o habita.
O romance de Milton Hatoum impressiona pela verticalidade e delicadeza na composição do enredo e dos personagens. Há um jogo minucioso com a linguagem cujo resultado é a impossibilidade de estabelecer um sentido prévio à narrativa. Esse sentido será, aos poucos, construído no próprio ato da leitura.

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