Nessa transcrição, o verbo aparece na 3ª pessoa, sendo imprescindível a p0resença de verbos dicendi (dizer, responder, retrucar, replicar, perguntar, pedir, exclamar, contestar, concordar, ordenar, gritar, indicar, declarar, afirmar, mandar etc), seguidos dos conectivos que (dicendi afirmativo) ou se (dicendi interrogativo) para introduzirem a fala da personagem na voz do narrador.
“Ele começou, então, a contar que tivera um sonho estranho”.
“Todos se calaram para ouvi-lo e ele, muito sério, perguntou qual era o assunto. Informado, prosseguiu dizendo que estava profundamente interessado em colaborar”.
“João perguntou se ele estava interessado nas aulas”.
A enfermeira afirmou:
-É uma menina
Pedindo gritou:
- Não sairei do carro.
• Pretérito perfeito
- Já esperei demais, retrucou com indignação.
Olhou-a e disse secamente:
- Deixe-me em paz.
Maria disse:
- Não quero sair com Roberto
Retirou o livro da estante e acrescentou:
- Este é o melhor
· Vocativo
- Você quer café, João? Perguntou a prima
Abriu o estojo, contou os lápis e depois perguntou ansiosa:
- E o amarelo?
A enfermeira afirmou que era uma menina.
Pedrinho gritou que não sairia do carro.
Retrucou com indignação que já esperara (ou tinha esperado) demais.
Olhou-a e disse secamente que ela o deixasse em paz.
Maria disse que não queria sair com Roberto.
Retirou o livro da estante e acrescentou que aquele era o melhor.
A prima perguntou a João se ele queria café.
Abriu o estojo, contou os lápis e depois perguntou ansiosa pele amarelo.
As orações do discurso indireto livre são, em regra, independentes, sem verbos dicendi, sem pontuação que marque a passagem da fala do narrador para a fala do personagem, mas com transposições do tempo do verbo (pretérito imperfeito) e dos pronomes (3ª pessoa). O foco narrativo deve ser de 3ª pessoa. Esse discurso é muito empregado na narrativa moderna, pela fluência e ritmo que confere ao texto.
Uma lazeira, a gente podia xingar a mãe dele. Mas então...
Fabiano estirava o beiço e rosnava. Aquela coisa arriada e achacada metia as pessoas na cadeia, dava-lhes surra. Não entendia. Se fosse uma criatura de saúde e muque, estava certo.
Enfim, apanhar do governo não é desfeita, e Fabiano até sentia orgulho ao recordar-se da aventura. Mas aquilo...Soltou uns grunhidos. Por que motivo o governo aproveitava gente assim?
Só se ele tinha receio de empregar tipos direitos. Aquela cambada só servia para morder as pessoas inofensivas. Ele, Fabiano, seria tão ruim se andasse fardado? Iria pisar os pés dos trabalhadores e dar pancadas neles? Não iria.
(Graciliano Ramos)
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