PAISAGEM

ORAÇÃO DO DIVINO ESPÍRITO SANTO

OH! JESUS MEU ETERNO PAI DO CÉU, DOCE CORAÇÃO DE JESUS, SOIS O ME REFÚGIO, MEU GUIA, MINHA LUZ QUE ILUMINA TODO MEU CAMINHO, ME PROTEJA, ME AJUDE, ME DÊ ÂNIMO, CORAGEM E MUITA CONFIANÇA. FIQUE SEMPRE COMIGO. DAI-ME UMA PAZ QUE BROTA DO MEU CORAÇÃO. DAI-ME A GRAÇA DE CONSEGUIR FAZER ALGO PARA VOS AGRADAR. DAI-ME FORÇA, A DECISÃO E CORAGEM. ENVIE TEU ESPÍRITO SANTO E TUDO SERÁ CRIADO. NÃO DEIXE TARDAR EM VOS AGRADECER. ILUMINE MINHA MENTE QUE DEVO FAZER. AJUDE QUE EU NÃO ME ESQUEÇA DE VOS AGRADECER. JESUS FIQUE SEMPRE COMIGO. DOCE CORAÇÃO DE MARIA, RAINHA DO CÉU E DA TERRA. SEJA NOSSA SALVAÇÃO. AMÉM

Observação: Esta oração foi escrita por minha mãe em seus últimos dias de vida /1993. Saudades!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Intertextualidade





Fonte: http://youtu.be/iKtG46fTrkM

Tipos de intertextualidade

Epígrafe (do grego epi = em posição su-perior + graphé = escrita) - constitui uma escrita introdutória a outra. Geralmente é uma citação utilizada na abertura de um texto.
A "Canção de Exílio", poema de Gonçalves Dias, traz versos introdutórios do poeta alemão Goethe, com a seguinte tradução: “Conheces o país onde florescem as laranjeiras? Ardem na escura fronde os frutos de ouro... Conhecê-lo? Para lá, para lá quisera eu ir!”
A epígrafe e o poema mantêm um diálogo, pois ambos possuem características românticas, pertencem ao gênero lírico e têm caráter nacionalista. 

Citação - é uma transcrição do texto alheio, marcada por aspas ou pelo discurso indireto ("segundo Shakespeare", "de acordo com fulano"). 

Paráfrase - é a reescrita de um texto nas palavras do autor. Ela não se confunde com o plágio, pois quem parafraseia deixa clara sua intenção e a fonte (ainda que não a cite explicitamente). 

Paródia - "é uma forma de apropriação que, em lugar de endossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou abertamente." Ela perverte o texto anterior, visando à ironia ou à crítica.
Ela acontece no famoso poema de Carlos Drummond de Andrade No Meio do Caminho, que faz uma paródia do soneto Nel Mezzo del Camin, de Olavo Bilac que, por sua vez, remete ao primeiro verso da Divina Comédia, de Dante Alighiere: "Nel mezzo del camin de nostra vita".
Além do título, Drummond imitou o esquema retórico do soneto de Bilac, ou seja, em vez de parodiar o significado, promoveu uma paródia na forma: empenhou-se na imitação irônica da estrutura, reproduzindo apenas o quiasmo (repetição invertida) do texto. 

Pastiche - O pastiche pode ser plágio, por isso tem sentido pejorativo, ou é uma recorrência a um gênero. A estética clássica, por exemplo, promovia o pastiche e não era desdouro fazer isso. O pastiche insiste na norma a ponto de esvaziá-la, como acontece com o dramalhão, que leva o gênero drama às últimas consequências.
 É bom esclarecer que a questão da originalidade e da autenticidade nas artes nasceu com o Romantismo, cuja concepção artística era que a obra expressasse a subjetividade do autor. 

Tradução - a tradução está no campo da intertextualidade porque implica em recriação de um texto.
Veja o poema "O Corvo" de Edgar Alan Poe traduzido por dois escritores da língua portuguesa:

Once upon a midnight dreary, while I ponde-red
weak and e weary
Over many a quaint and curious volume of for-got-
tem lore, while I modded, neraly napping, suddenly
there came a tapping,
As of someone gently rapping, rapping at may
chamber door
Only this and nothing more.
(Edgar A. Poe)

1
Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de alguém que batia levemente a meus umbrais
‘Uma visita’ eu me disse, ‘está batendo a meus umbrais
E só isto, e nada mais.

(Tradução de Fernando Pessoa)
2
Em certo dia, à hora, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu caindo de sono e exausto de fadiga,
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina, agora morta
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar devagarinho
E disse estas palavras tais:
‘É alguém quje me bate à porta de mansinho:
Há de ser isso e nada mais.
(Tradução de Machado de Assis) 

O poema é o mesmo, mas Machado de Assis traduziu do francês para o português, enquanto Fernando Pessoa partiu direto do inglês, por isso as traduções ficaram bem diferentes, embora a essência dele continue nos dois textos traduzidos. 

Referência e Alusão - Machado de Assis é mestre nesse tipo de intertextualidade. Ele foi um escritor que visualizou o valor desse artifício no romance bem antes do Modernismo. No romance "Dom Casmurro", ele cita Otelo, personagem de Shakespeare, para que o leitor analise o drama de Bentinho.

Teoria e Prática", vários autores.
Paulino, Graça; Walty, Ivete; Cury, Maria Zilda Cury. Intertextualidades: Teoria e Prática, 1ª edição, Belo Horizonte-MG, Editora Lê, 1995.

 Mais informações:

A Intertextualidade pode ser definida como um diálogo entre dois textos. Observe os dois textos abaixo e note como Murilo Mendes (século XX) faz referência ao texto de Gonçalves Dias (século XIX):
Canção do Exílio  
"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 

Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 

Em cismar, sozinho, à noite, 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 

Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar — sozinho, à noite — 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá. 

Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que desfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu’inda aviste as palmeiras, 
Onde canta o Sabiá." 

Gonçalves Dias





Canção do Exílio
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza. 
Os poetas da minha terra 
são pretos que vivem em torres de ametista, 
os sargentos do exército são monistas, cubistas, 
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
gente não pode dormir 
com os oradores e os pernilongos. 
Os sururus em família têm por testemunha a 
                                                      [ Gioconda 
Eu morro sufocado 
em terra estrangeira. 
Nossas flores são mais bonitas 
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia. 

Ai quem me dera chupar uma carambola de 
                                        [ verdade 
e ouvir um sabiá com certidão de idade! 
                                             
               Murilo Mendes


  
Nota-se que há correspondência entre os dois textos. A paródia-piadista de Murilo Mendes é um exemplo de intertextualidade, uma vez que seu texto foi criado tomando como ponto de partida o texto de Gonçalves Dias. 

Na literatura, e até mesmo nas artes, a intertextualidade é persistente. 
Sabemos que todo texto, seja ele literário ou não, é oriundo de outro, seja direta ou indiretamente. Qualquer texto que se refere a assuntos abordados em outros textos é exemplo de intertextualização.

Vejamos o exemplo abaixo na Literatura:

Percebe-se que Ricardo Azevedo brinca com o famoso poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade.


Quadrilha Quadrilha da sujeira
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou-se com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.

(Carlos Drummond de Andrade)
João joga um palitinho de sorvete na
rua de Teresa que joga uma latinha de
refrigerante na rua de Raimundo que
joga um saquinho plástico na rua de
Joaquim que joga uma garrafinha
velha na rua de Lili.
Lili joga um pedacinho de isopor na
rua de João que joga uma embalagenzinha
de não sei o quê na rua de Teresa que
joga um lencinho de papel na rua de
Raimundo que joga uma tampinha de
refrigerante na rua de Joaquim que joga
um papelzinho de bala na rua de J.Pinto
Fernandes que ainda nem tinha
entrado na história.

Ricardo Azevedo (”Você Diz Que Sabe Muito, Borboleta Sabe Mais”, Fundação Cargill)

Observa-se a comparação do amor não correspondido na dança (quadrilha), enquanto que o outrotexto  critica o mau hábito de jogar lixo na rua, mostrando assim como as pessoas prejudicam as outras. Fonte: UOL


 Fonte: http://youtu.be/7gFqTJFvgD0

A intertextualidade está presente também em outras áreas, como na pintura, veja as várias versões da famosa pintura de Leonardo da Vinci, Mona Lisa:


Mona Lisa, Leonardo da Vinci. Óleo sobre tela, 1503.

Mona Lisa, de Marcel Duchamp, 1919.

Mona Lisa, Fernando Botero, 1978.
Mona Lisa, propaganda publicitária.

Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura 
Equipe Brasil Escola

Sugestões de atividades:

O "adeus" de Teresa


A vez primeira que eu fitei Teresa,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus
E amamos juntos E depois na sala
"Adeus" eu disse-lhe a tremer co'a fala


E ela, corando, murmurou-me: "adeus."


Uma noite entreabriu-se um reposteiro. . .
E da alcova saía um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus
Era eu Era a pálida Teresa!
"Adeus" lhe disse conservando-a presa


E ela entre beijos murmurou-me: "adeus!"


Passaram tempos sec'los de delírio
Prazeres divinais gozos do Empíreo
... Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse - "Voltarei! descansa!. . . "
Ela, chorando mais que uma criança,


Ela em soluços murmurou-me: "adeus!"


Quando voltei era o palácio em festa!
E a voz d'Ela e de um homem lá na orquesta
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei! Ela me olhou branca surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!


E ela arquejando murmurou-me: "adeus!"




 Manuel Bandeira

Teresa


A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna
Quando vi Teresa de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo
(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse)
Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.

Comparação entre textos

 Agora veja a análise comparativa entre textos no link abaixo:

Fonte: http://agmbastosatividades.blogspot.com/2011/05/atividade-de-intertextualidade.html

[..]
Para que você entenda perfeitamente o conceito de intertextualidade, vamos partir de exemplos bem simples, como por exemplo:
Nas nossas conversas do dia a dia, muitas vezes fazemos referência ao modo de dizer, aos gestos, às palavras ditas, manifestados por uma determinada pessoa, seja aquele personagem da televisão, aquele amigo de quem gostamos muito, alguém da família, enfim, várias são as pessoas às quais podemos nos referir. Quando escrevemos, também podemos proceder da mesma forma, fazendo alusão (referência) às palavras ditas por aquele escritor que admiramos, àquela canção de que gostamos, entre outros casos. Saiba que todas essas situações representam casos de intertextualidade. No entanto, ela pode estar presente em muitas outras circunstâncias, como é o caso dos anúncios publicitários. Vamos ver alguns exemplos?

A intextualidade presente nos anúncios publicitários
Nesse exemplo temos um anúncio publicitário de um produto alimentício (Leite Moça) que faz referência à música de Rita Lee, Mania de você
“Meu bem,
você me dá
água na boca”
(Rita Lee)
 Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_REfm-d8QbtA/TFjGAtHGJNI/AAAAAAAAAEo/TYTclMRZys4/s1600/Imagem9.jpg



                                 A intertextualidade fazendo alusão à
pintura 

http://estatico.buenosaires.gov.ar/areas/educacion/escuelas/escuelas/media/tecnica/tecnica16/pintura/dali/dali08.gif 
http://2.bp.blogspot.com/_8S7X3TwsnPA/TIkHcmnQkVI/AAAAAAAAACU/_FxA6ebm7J8/s1600/Dali003.jpg
A intertextualidade realizada entre a criação de Matt Groening, criador dos Simpsons, e a obra A persistência da memória, de Salvador Dalí. 

Ao analisarmos todos esses exemplos, chegamos à conclusão de que intertextualidade se conceitua como o diálogo que se estabelece entre os textos verbais e não verbais.

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras

 

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